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Entrevista da Taylor para Jon Steely do Huffington Post


Eu estou acordando — muito sozinho — depois de uma noite envolvendo drinks do Jameson de graça no Hollywood Roosevelt Hotel, uma ex Miss Universo e muitas ouvidas à obra prima do Bob Dylan “Brownsville Girl”. Minha cabeça está explodindo e eu estou implorando por água de coco para combater a desidratação. Eu olho meu celular e encontro uma mensagem da Taylor Momsen, a líder da banda de rock alternativo The Pretty Reckless. Ela gostaria de dar uma entrevista — uma sequência para o meu artigo “15 Minutos com Taylor Momsen” do começo desse ano.

Eu não achava que uma segunda entrevista com a Taylor fosse acontecer. Nós trocamos mensagens por meses, tentando conseguir isso, e nós não nos conectamos na última vez que a The Pretty Reckless rugiu por LA. Uma segunda entrevista parecia improvável, e eu assumo que foi culpa minha. Eu descobri que eu deveria ter mandado para Taylor uma mensagem bem intencionada e louca que fizesse a cantora de “Going To Hell” vir na ponta dos pés em suas botas ou sapatos de stripper ou qualquer coisa que ela use em seus pés hoje em dia. Quando algo dá errado, eu me culpo. Muitas vezes, eu estou certo.

Então, do nada, Taylor estava pronta para falar de novo.

Eu gosto da Taylor Momsen, e eu estou sempre interessado em falar com ela. Aos 21 anos, a carismática cantora principal/compositora da The Pretty Reckless é a única artista recordista que eu vi emergir de sua mídia social/geração de serviços de garrafa para incorporar o espírito do rock clássico em toda sua glória. Talvez há outras? Eu não sei, e eu não me importaria de pesquisar. Você não encontra boa música de rock; ela te encontra, te pega pelo lombo e exige ser ouvido.

Em 90 minutos, eu estarei entrevistando Taylor Momsen.

Eu reflito sobre minha ingestão de Jameson na noite anterior, e decido que minha vida precisa de equilíbrio. Eu corro em minha esteira por 45 minutos, enquanto assisto o clipe do mais recente hit da The Pretty Reckless “Messed Up World.” Depois de visualizações repetidas, o refrão (“sexo e amor e armas, acenda um cigarro”) gruda em minha cabeça, junto com “Brownsville Girl” do Dylan e avança com neuroses sortidas. Eu saio da esteira, e vou para outro assunto: eu perdi minha lista de perguntas da entrevista pra Taylor, e não há tempo para preparar outra.

Taylor está sentada em seu ônibus de turnê, aguardando a checagem de som para o show da The Pretty Reckless de noite, apoiando seu feroz e topo de chart álbum “Going To Hell.” Enquanto começamos a conversa, minha camiseta está ensopada de suor de esteira/Jameson, minha cabeça está latejando e eu não sei a próxima palavra saindo da minha boca. Lutando, eu falo para Taylor que ela é uma pessoa multi talentosa que poderia escolher muitos caminhos da expressão artística. Eu pergunto por que ela escolheu especificamente o rock and roll?

“Eu me apaixonei com os Beatles quando eu era bem nova,” Momsen começa. “A partir daí, foi para Led Zeppelin, The Who e Pink Floyd. O poder do rock and roll representa liberdade. Há um poder nisso que as outras músicas não têm. Eu fui atraída para isso na primeira vez que eu ouvi. Era cru. Era real. Você pode na verdade falar o que você pensa. Não há limites, e eu não sou uma para limites.”

Eu pergunto para Taylor quem a introduziu ao rock and roll?

“Meu pai tinha uma coleção gigante de vinis,” Taylor compartilha. “Então, eu cresci em seus discos de rock clássico. The Beatles, The Who, Dylan, Pink Floyd, AC/DC, Led Zeppelin. Ele me dava uma aula de música todo domingo. Ele me sentava com um novo disco.”

“Rock and roll foi a maneira que você e seu pai se relacionavam,” eu digo, tocado pelo pensamento de uma filha satisfazendo seu pai se tornando uma estrela do rock.

“Inteiramente, sim,” Taylor diz. “Absolutamente.”

Agora, a entrevista está ficando viva. Está crua. Está viva. Assim como o rock and roll. Quem precisa de uma lista de perguntas? Eu juro que não virei mais para uma entrevista preparado, e então noto que eu estou sendo levado.

“Meus pais são bem apoiadores,” Momsen continua. “Eles estão muito felizes com tudo que nós fizemos. Meu pai ama isso. É legal ver ele olhar a frente para algo que eu trabalhei duro. Nós tocamos com Aerosmith e Cheap Trick. Meu pai ficou muito animado. Explodiu sua mente.”

Enquanto falo com Taylor, o cativante refrão da música da The Pretty Reckless “Messed Up World” infiltra em meu cérebro e eu ouço ela cantar “sex and love and guns, light a cigarette.” Em uma realidade bizarra, a cantoria de Taylor me distrai do que ela está falando em nossa entrevista. Eu não sei se Taylor consideraria isso um elogio ou um insulto, então eu não falo para ela que está acontecendo. Ao invés disso, eu pergunto para ela se há alguma coisa sobre ela que surpreenderia seus fãs.

“Provavelmente quanto tempo eu gasto escrevendo e criando e fazendo nada,” ela responde. “A não ser que eu esteja trabalhando e dando entrevistas, é arte e criatividade constantemente, 24 horas por dia. E eu gasto muito tempo sozinha. Eu sou muito solitária. Eu precisa estar dentro da minha própria cabeça para criar e escrever. Quando nós não estamos em turnê e eu estou em casa sozinha, eu raramente uso meu celular. Eu estou sozinha o tempo todo. Surpreenderia as pessoas o quão tímida e introvertida eu sou.”

Eu não gosto de solidão, eu tenho isso de sobra. Taylor parece adotar isso, e eu pergunto a ela por quê.

“Você precisa de isolamento para escrever,” ela diz. “Você precisa viver dentro de sua própria cabeça para criar. E escrever uma música é ótimo. Custa muito trabalho e você se tortura para isso, como qualquer artista faz. Você fica completamente insano fazendo isso, mas é o melhor sentimento do mundo quando está terminado. Não há sentimento melhor do que quando você termina algo bom. Mas você precisa sofrer por toda essa dificuldade de conseguir chegar nesse ponto bom. Você precisa encontrar a inspiração certa, e você nunca sabe de onde ela virá. Isso leva horas e horas, e você não pode ser distraída pelo mundo exterior ou pessoas de fora. Então, vocês não irão me ver no clube. Eu preciso do meu próprio espaço e voltar para dentro da minha cabeça e me desligar do mundo. É assim que eu me sinto mais junta.

Taylor Momsen ama ser uma artista. Para ela, o produto finalizado compensa a tortura necessária para produzir a arte. Eu costumava me sentir assim, mas agora eu não tenho tanta certeza. Escrever mal pagava meu aluguel, me dava dolorosos ataques de artrite nos dedos e insônia, me levando a margem de uma doença mental e prejudicava minha habilidade de se conectar com as pessoas. Então, por que você continua fazendo isso? Provavelmente porque eu nunca aprendi a tocar guitarra.

Eu não sei o que perguntar à Taylor a seguir. Eu visualizo as lindas garotas brincado na praia em seu vídeo para “Messed Up World” e penso na letra de “You.” Eu sinto o sulco de “My Medicine” e lembro do refrão de “Make Me Wanna Die.” Então, alguma coisa me atinge.

“Do que você tem medo?” Eu pergunto.

“Fracassar, eu acho, assim como qualquer um,” Taylor diz. “Agora, nós temos duas músicas em primeiro lugar (“Heaven Knows” e “Messed Up World”), então isso é sucesso. Mas se você não conseguir fazer isso de novo, você é um fracasso. Eu acho que tenho medo de não ser capaz de continuar e crescer como artista. A próxima música há de ser melhor do que a música anterior. O próximo disco há de ser melhor do que o disco anterior. Então, acho que meu maior medo é não ser capaz de fazer mais isso, por alguma razão. Você nunca sabe de onde a inspiração está vindo. Então, essa é a parte mais aterrorizadora. Você tem que esperar por ela. Você não pode forçar isso. Esse é o meu maior medo. Se eu acordasse um dia e não pudesse mais fazer isso, eu não saberia o que fazer comigo mesma. Minha vida acabaria. Esperar pela inspiração e não saber se ela virá. Isso é medo, porque não pode. E isso precisa ser inspirado. Não pode ser forçado.”

Eu pergunto para Taylor se ela foca tão intensamente em sua arte como uma forma de evitar lidar com assuntos não resolvidos com ela mesma? (Sim. Eu estou me projetando. E aí?)

“Claro,” ela diz com uma risada. “Claro. Eu reprimo merdas. Todos não fazem? Mas, ao mesmo tempo, eu acho que escrever é purgativo e é como eu trabalho com minhas merdas. É o por que escrever é tão difícil, e por que você precisa estar sozinho para isso. Escrever força seu cérebro a expandir e explorar coisas sobre  você mesma e seus sentimentos pessoais. Você de repente está consciente de tudo, o que pode ser torturante e intimidante.”



Taylor sai para sua checagem de som com a The Pretty Reckless, e eu retorno para exatamente o tipo de isolação que ela estava falando. Não haverá nenhuma ex Miss Universo em minha vida essa noite, ou talvez nunca mais. Sem mais bebidas de graça ou pessoas da última moda. Eu irei comer salmão rosa do Alasca de uma lata em cima da pia da minha cozinha. Eu continuarei a escrever no MacBook da minha ex namorada. Eu vou andar no chão enquanto “Brownsville Girl” toca e irei rir quando Dylan graceja, “a única coisa que nós sabemos com certeza de Henry Porter é que seu nome não era Henry Porter.” Eu irei pensar como Taylor Momsen abraça o isolamento para criar arte, e concluo que eu provavelmente peguei uma tocha para o meu melhor material em troca de um aleatório ato de bondade de um estranho. Bem, um desejável estranho.

Tradução por Fc Taylor Momsen

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